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Seleon Biotecnologia planeja investir R$ 50 milhões no mercado de genética bovina nos próximos cinco anos 

Seleon Biotecnologia planeja investir R$ 50 milhões no mercado de genética bovina nos próximos cinco anos

Os números da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) no Brasil impressionam: o percentual das vacas inseminadas mais que dobrou na última década, saindo de pouco mais de 10% para os atuais 22%. Entretanto, quando comparada ao rebanho norte-americano, onde mais de 85% é inseminado, percebe-se um longo caminho a ser explorado.

“Em 2023, aproximadamente 20% da produção nacional de sêmen teve origem na Seleon Biotecnologia. Nas exportações, já representamos cerca de um quinto dos embarques. São números que chamam atenção, ainda mais se levarmos em consideração o tamanho e a vocação do rebanho bovino brasileiro”, comemora Bruno Grubisich, CEO da Central de Coleta e Processamento de Sêmen (CCPS).

Em dez anos de existência, a empresa saiu da condição de startup para se tornar referência na prestação de serviços em biotecnologia, especialmente na produção de sêmen de alta fertilidade. Com sede em Itatinga, no interior de São Paulo, a Seleon Biotecnologia atende, hoje, as principais empresas de genética bovina dentro e fora do País, figurando entre as TOP 3 da América Latina.

O Brasil figura na liderança da produção mundial de carne bovina e existe uma crescente procura pelo cruzamento industrial para produção de carne de qualidade, os chamados programas beef on dairy (sêmen de gado de corte em vacas leiteiras). Além disso, há uma grande evolução da pecuária leiteira, com foco na produção de sólidos totais.

“Devido à natureza do rebanho, em sua maioria zebuíno, o uso da IATF é um caminho crítico para atender aos programas de qualidade, tanto de corte quanto de leite.  Só na Seleon residem 100 touros importados das raças Angus e Holandês com este propósito”, explica Grubisich.

Brasil é referência

No que tange à genética brasileira, notadamente a zebuína, essa vem ganhando destaque no eixo tropical do planeta. Cada vez mais países da América Latina, África e Ásia buscam produtos brasileiros. “A Seleon é habilitada a exportar para mais de 30 países adeptos da genética nacional. Acreditamos que estes mercados devem crescer muito nos próximos anos”, projeta o empresário.

O CEO da Seleon tem um plano ousado e deseja mais que dobrar o volume de doses produzidas nos próximos cinco anos. A ideia é saltar das atuais 5 milhões de doses para a casa dos 12 milhões por ano. Para atingir a meta, serão feitos pesados investimentos para dobrar a capacidade de alojamento dos touros, que, hoje, é de 450 cabeças.

Ampliação da estrutura

Estão previstos 40 hectares para construção de novos piquetes. Além disso, parte importante do investimento será direcionado para o aumento e modernização da estrutura laboratorial. A atual capacidade dos equipamentos da central permitem produzir até 6 milhões de doses/ano, devendo ser duplicada. Outra parcela será destinada à ampliação substancial do banco criogênico e a produção de silagem.

O advento do uso de ferramentas genômicas na rotina elevará cada vez mais a acurácia de predição das progênies, possibilitando multiplicar a coleta de doses a partir de uma base seleta de doadores de sêmen, o que exigirá um tempo maior de permanência do material genético no estoque da central, antes da liberação à distribuição.

Capacitação dos funcionários

Também será implementado um programa de formação e retenção de mão de obra a fim de operar todo o sistema com o mesmo padrão de excelência que trouxe a empresa ao patamar atual. Tanto a equipe de coletores quanto do laboratório passarão por reciclagens periódicas, com o objetivo de incutir em suas rotinas as melhores práticas de produção.

Um total previsto de R$ 50 milhões deverá ser destinado ao programa de crescimento da companhia no próximo quinquênio. “É um valor expressivo, mas, se levarmos em conta a dimensão da pecuária brasileira e o impacto positivo da IATF na cadeia produtiva, muito se justifica tamanho aporte. A Seleon nasceu do sonho de ser grande e nossa trajetória só vem reforçar esta ambição. Que venha a próxima década”, conclui Grubisich.