Aliando o uso da tecnologia com o planejamento da safra, fica mais fácil tomar decisões e se manter sustentável.
Com a tecnologia cada vez mais avançada no agronegócio, é natural que o setor busque novas alternativas para aprimorar cada vez mais as safras. Focado na sustentabilidade, o modelo 5.0 ganha cada vez mais destaque no agronegócio brasileiro – embora exija algumas mudanças no modo como os produtores realizam a gestão do campo.
Mas antes de nos aprofundarmos em como a Agricultura 5.0 funciona, quais são os seus impactos, benefícios, dificuldades e suas diferenças se comparada com os modelos anteriores de gestão, vamos entender o que ela realmente é e quais são os desafios para implementá-la.
O que é a Agricultura 5.0?
Chamamos de Agricultura 5.0 os processos que envolvem a utilização de ferramentas de inteligência artificial e análise de dados no dia a dia da safra. Juntos, eles garantem que a produção agrícola esteja de acordo com todas as necessidades e particularidades dos produtores rurais.
Ao entender e tratar cada produtor individualmente, fica mais fácil identificar e resolver problemas de forma efetiva. Neste modelo de gestão, uma das principais prioridades é a otimização da rotina – porque, uma vez otimizada, ela traz mais produtividade para o campo.
Além da otimização, o método 5.0 também contempla a sustentabilidade empregada em todo o processo, bem como a qualidade da safra e a rápida tomada de decisão do produtor.
Como a Agricultura 5.0 funciona?
Utilizando recursos de inteligência artificial, análise de dados, soluções automatizadas e até mesmo robóticas, a Agricultura 5.0 abrange toda a cadeia produtiva da safra.
Com a ajuda de softwares de gestão, sensores, drones e sistemas de automação, é possível traçar um planejamento estratégico para a safra, garantindo que nenhum detalhe passe despercebido pelos gestores. Com dados precisos em mãos, as chances de enfrentar perdas são baixas e é possível prever, na maioria dos casos, qualquer incidente que possa acontecer.
No entanto, é importante destacar que o modelo 5.0 só funciona se todos esses recursos estiverem interligados e a comunicação entre setores seja clara.
Quais são os impactos da Agricultura 5.0?
Dentre a extensa lista de impactos e benefícios que o modelo 5.0 pode trazer para a safra, os principais são:
Otimização na rotina de trabalho;
Agrupamento e análise de informações precisas;
Facilidade na identificação e solução de problemas;
Aumento na produção e na qualidade da safra;
Redução no uso de fertilizantes e agrotóxicos;
Controle rápido de pragas e infestações;
Troca rápida de informações entre gestores, produtores e colaboradores.
Além disso, é importante destacar que cada produtor também terá resultados individuais, uma vez que o modelo 5.0 analisa cada particularidade da safra em questão.
Por que a sustentabilidade é tão presente na Agricultura 5.0?
Quando falamos sobre o modelo 5.0 de agricultura, automaticamente, falamos em sustentabilidade. Essa associação ocorre porque, no cenário atual, nunca foi tão necessário abordar métodos sustentáveis de plantação, colheita e distribuição – não só para o benefício de produtores e consumidores, mas também para o bem-estar da sociedade e do planeta.
É considerada sustentável todo o tipo de agricultura que respeita o meio ambiente, é economicamente acessível para o ecossistema e colabora com a justiça social. Ela deve, obrigatoriamente, atender todas as necessidades de produção para as próximas gerações e promover a qualidade de vida.
Esse conjunto de ações é responsável não só pela economia de recursos e diminuição de desperdícios, como também na diminuição dos riscos de insegurança alimentar da população. Sendo assim, o produtor precisa entender o que a sua safra mais precisa, levando em consideração as formas sustentáveis para resolver os problemas do campo – e é nessa tarefa que a Agricultura 5.0 pode ajudar.
Quais são as diferenças da agricultura 5.0 para os demais modelos?
Para entender as principais diferenças entre a Agricultura 5.0 para os modelos 4.0, 3.0 e 2.0, primeiramente é preciso compreender o que cada um deles significa.
Se no modelo 1.0 a agricultura tinha sua única função centrada em alimentar pequenas famílias e comunidades, sendo executada de forma totalmente manual, no modelo 2.0 essa realidade muda. Com a chegada da Revolução Industrial e a criação de máquinas movidas a vapor e combustíveis, a criação e introdução de automóveis e maquinários potentes no campo fez com que a produção de safras fosse simplificada e consequentemente aumentada.
Já no modelo 3.0, a Revolução Verde transformou a agricultura. Com o objetivo de desenvolver e introduzir técnicas inovadoras para acompanhar as demandas crescentes da sociedade, o uso de fertilizantes, agrotóxicos e sementes de alta qualidade foram introduzidos no segmento.
A transição para o modelo 4.0 acompanhou, naturalmente, o movimento da Indústria 4.0. Assim como no segmento industrial, o agronegócio incorporou tecnologias digitais e o uso da internet para a gestão do campo e a administração de fazendas – e é neste cenário que chegamos no modelo 5.0.
Feito para ser uma evolução do modelo 4.0, a agricultura 5.0 utiliza e aprimora as ferramentas digitais do modelo antigo. A diferença está no objetivo que o produtor rural quer alcançar: se antes a prioridade era melhorar o controle da safra, agora a tecnologia tem papel fundamental em solucionar demandas específicas de plantio, colheita, distribuição e sustentabilidade.
É importante mencionar que, para que o modelo 5.0 seja implantado de forma eficiente, é necessário analisar e enfrentar algumas dificuldades que o cenário atual apresenta.
Quais são os desafios ao implementar a Agricultura 5.0?
Quando falamos sobre a inserção de tecnologia de ponta na agricultura, é preciso ter em mente que a implantação do modelo 5.0 envolve alguns desafios.
Para começar, é preciso levar em consideração as dificuldades que algumas localidades enfrentam para acessar a internet. Além disso, também há a falta de capacitação técnica para a utilização dos equipamentos, bem como a resistência ao uso e implantação de novas tecnologias.
Uma vez que essas dificuldades são superadas, é necessário trazer a tecnologia para dentro do campo. A aquisição de softwares de gestão e equipamentos é necessária para que a implantação do modelo 5.0 ocorra de forma eficiente. Com todos os recursos uma vez implantados, a prioridade é utilizá-los de forma correta.
Sendo assim, o investimento para a capacitação e treinamento dos colaboradores é fundamental – não só para o uso correto das ferramentas oferecidas, mas também para a compreensão da importância do modelo 5.0 para o benefício de todos.
Toda essa movimentação exige muito trabalho e dedicação, mas é importante lembrar que a utilização da agricultura 5.0 não aumenta somente a produtividade da safra. Com esse modelo, o produtor se fortalece perante a competitividade do mercado, pode aprimorar ainda mais os seus recursos e pode colaborar com o bem-estar de todo o meio ambiente.