O jovem casal, Camila Garbin, de 19 anos, e Junior Luppi, de 18 anos, apresentam ao público uma variedade de doces e salgados – Foto: Jürgen Mayhofer/Ascom Expointer
Mais da metade dos empreendimentos do Pavilhão da Agricultura Familiar é liderado por mulheres
Presença de produtores jovens e novos expositores também é destaque nesta edição da Expointer
Com recorde de expositores, o Pavilhão da Agricultura Familiar alcançou a marca de 413 produtores na 47ª Expointer. O diferencial desta edição está na forte presença de mulheres à frente dos negócios, que representam 217 empreendimentos – mais da metade das agroindústrias que estão participando. Produtores jovens e novos expositores também se destacam no espaço, que é um dos mais visitados pelo público.
“O Pavilhão da Agricultura Familiar é um marco e um case de sucesso, representando todo o potencial do nosso Estado. O público sempre se encanta com o pavilhão, e este ano não será diferente. Estamos muito animados, pois além do aumento no número de expositores, vimos uma maior participação das mulheres e dos jovens, que trazem um cuidado especial na produção de alimentos de alta qualidade. Se a última edição foi boa, esta será ainda melhor, pois todos estão motivados, e acreditamos que estamos no caminho certo para a recuperação e reconstrução do Rio Grande do Sul”, comemorou o secretário de Desenvolvimento Rural, Vilson Covatti.
No ano passado, dos 372 participantes, 148 eram mulheres. Em 2024, houve um aumento de 69 expositoras. A vitivinicultora Miriam Krindges é uma das estreantes e traz à feira sua linha de vinhos, espumantes e sucos de uva produzidos no Sítio Rosa do Vale, localizado em Poço das Antas. Miriam é pioneira no país na produção de vinhos aliada a um resgate histórico, relacionando a fabricação da bebida com a população negra.
Natural do interior de São Paulo, ela mora no Rio Grande do Sul desde 2012. Depois do nascimento da filha, em 2019, resolveu deixar de lado a profissão de advogada e passou a se dedicar à propriedade da família, investindo no turismo e recebendo visitantes em seu estabelecimento. Em 2022, ela e o marido começaram o processo de regularização da vinícola para dar início às vendas. Atualmente, o casal trabalha também para iniciar a produção de geleias de figo em escala maior.
“Nós viemos aqui com a ideia de divulgar a marca, o nosso sítio e o turismo que oferecemos. A Expointer é uma vitrine, uma das feiras mais importantes do Estado, com grande participação da população. Queremos alcançar um público maior e vender os nossos produtos”, ressalta a produtora.
Na propriedade, o trabalho, em regime de agricultura familiar, é feito com seu marido, Irani Krindges. Juntos, eles promovem também o afroturismo, que visa reconectar identidade e história, reivindicando as contribuições de pessoas negras na fabricação de vinhos por meio do turismo. Além de todo o embasamento histórico durante o passeio, no final, há samba ao vivo enquanto os turistas fazem a pisa na uva. Os visitantes podem encontrar os produtos da família Krindges no estande 257.
Nesta edição, há a participação de 126 jovens na liderança de empresas – um aumento de 39 expositores em relação ao ano passado –, como é o caso do casal Camila Garbin, de 19 anos, e Junior Luppi, de 18. À frente da agroindústria Armazém do Doce, na banca 61, eles vêm de Paim Filho para oferecer ao público uma variedade de doces e salgados. “A nossa expectativa é alta. Para nós, a feira é um lugar de oportunidade. Então, com certeza, pretendemos vender bastante”, destaca Camila. No local, estão à venda alimentos como bolachas de milho, biscoitos de chocolate, grostoli, rosca alemã, salgados assados e bolos de pote.
O espaço da agricultura familiar na Expointer é reconhecido pela grande variedade de embutidos, defumados, queijos e laticínios diversos, pães, cucas, doces, geleias, mel, pescados, derivados da cana-de-açúcar, farinhas, vinhos, espumantes, cachaças, sucos, temperos, frutas desidratadas, ovos, licores, erva-mate, grãos e cervejas artesanais. Além disso, no artesanato, há produtos elaborados com matérias-primas encontradas nas propriedades rurais, como lã, fibras vegetais, couro, madeira, porongos e artigos de cutelaria ligados à tradição gaúcha.
A diversidade de produtores no Pavilhão da Agricultura Familiar tornam o espaço ainda mais atrativo para os visitantes, que poderão acessar o local, das 8h às 20h, até o próximo domingo, 1º de setembro.