As potencialidades e desafios da inovação gaúcha no agronegócio dentro dos ecossistemas de inovação do estado foram pauta de uma palestra intitulada “Inova RS agro: cultivando conexões, colhendo resultados”, nesta quarta-feira (30), durante a 46ª Expointer. Realizado no palco do governo gaúcho no Pavilhão Internacional, o evento foi prestigiado pela secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Simone Stülp.
Com mediação do coordenador do programa Inova RS, Leandro Nascimento, e participação dos gestores de Inovação e Tecnologia (GITs) de três ecossistemas regionais de inovação, o painel trouxe exemplos de dificuldades e oportunidades a partir do que é construído por meio do Inova RS. O programa, criado pela Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict) em 2019, tem o intuito de disseminar a inovação pelo Rio Grande do Sul, em uma lógica de governança compartilhada com a quádrupla hélice (governo, iniciativa privada, universidades e sociedade civil organizada). Dos oito ecossistemas de inovação criados a partir da divisão, seis estabeleceram o agronegócio como uma de suas áreas estratégicas.
Segundo o GIT da região dos Vales, Thomas Müller Schmidt, a maior provocação oriunda do programa é “de que, juntos, conseguimos resolver problemas complexos”. Essa também foi, porém, uma das dificuldades dos Vales, cujo desafio de articular a quádrupla hélice regional persiste embora ela já esteja mais consolidada do que antes.
Conforme explicado pelo gestor, a parceria com a sociedade civil organizada é um ponto a ser fortalecido, cujas possibilidades positivas foram ressaltadas: “Quando você acessa a sociedade civil organizada, você tem dados mais validados, seja para pensar projetos ou para rever caminhos”. Para exemplificar a afirmação, Thomas destacou o desenvolvimento da plataforma Agro dos Vales, cujo lançamento vai ocorrer nesta sexta-feira (1/09), no palco do RS Innovation Agro.
Em sua participação, o GIT da região Noroeste e Missões, Vinicius Bairros, afirmou que a concepção do programa foi transformadora: “Desde o Marco Zero, percebemos que o Inova RS tem um papel catalisador, é um ‘vento de mudança’”. Ele exemplificou isso citando avanços na disseminação da cultura da inovação, que deu frutos em outros aspectos, como na criação do Instituto Agregar, em Panambi, e da aceleradora Miralabs, fundada em Horizontina.
Em relação à articulação da sociedade civil organizada, Bairros vê possibilidades de inclusão maior de comitês e conselhos. “Esse é o maior legado do Inova RS o maior desafio que temos: fazer conselhos e comitês trabalharem de forma unida. É o desafio de ter vários atores em um espectro amplo”, pontuou. O GIT também completou afirmando que o desafio não é fazer a tecnologia chegar ao campo, mas proporcionar letramento digital para sua utilização eficiente.
Luciane Gomes, GIT da Fronteira Oeste e Campanha, disse que a dificuldade de quebrar uma cultura ainda fechada foi o maior desafio da região nos projetos de agronegócio. Para contornar os obstáculos, ela compartilhou que a solução foi conversar diretamente com produtores, artesãos e atores da ponta da cadeia, para entender as necessidades que pudessem ser endereçadas por meio da inovação.
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