Empresários gaúchos usam bombas móveis de cultivo de arroz para drenar cidades alagadas no RS
Um projeto inédito de empresários gaúchos e voluntários de diversas áreas está usando a expertise de produtores arrozeiros para drenar o Rio Grande do Sul, por meio de bombas móveis utilizadas no manejo de arroz irrigado. A solução, que conta com o apoio do Instituto Caldeira, esta sendo adotada em Porto Alegre, Novo Hamburgo e Canoas. Neste momento, 10 bombas estão em deslocamento para a região do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, que fica bem próximo da sede do Instituto Caldeira. A instalação foi autorizada na noite desta terça-feira (21) e tem capacidade de drenar a área em até 2 dias.
Nas cidades de Pelotas e São Leopoldo, as primeiras a receber as bombas móveis, o tempo de drenagem foi entre 60% e 50% mais rápido. Inclusive, o case de Pelotas serviu de referência para escalar o projeto, já que lá foi possível instalar 25 bombas e fortalecer o dique antes da chegada das águas. Cada bomba pode drenar entre 200 e 500 litros por segundo.
“Esta foi uma iniciativa que partiu dos produtores rurais, pois temos acesso a tecnologias que muitos municípios não têm. Por isso, oferecemos essa solução à prefeitura de Pelotas e à Sanep; fizemos uma vistoria nas casas de bombas e no dique e, em três dias, realizamos as intervenções”, conta o empresário Guilherme Gadret, membro da Associação de Arrozeiros de Santa Vitória do Palmar e conselheiro do Irga.
Eduardo Lorea, fundador da Numerik e coordenador do Grupo de Trabalho, explica que a iniciativa já recebeu o aval do Governo do Estado, mas a adesão demanda um contato direto com cada prefeitura. Além disso, é preciso avaliar a condição de cada município antes da instalação das bombas e fortalecimento dos diques. “Das cidades atingidas pelas enchentes, as que podem fazer uso dessa solução são aquelas que possuem diques com água represada, como é o caso de muitas neste momento. É uma medida que também poderá ser adotada como ferramenta complementar permanente”, enfatiza o fundador da Numerik, empresa que faz parte da comunidade Caldeira.
A entrada da Numerik no projeto ocorreu após a notícia de que cidades como Canoas poderiam levar até 60 dias para que o nível da água baixasse a ponto de não haver alagamentos. Com a ação de bombas móveis, essa projeção cai pela metade. “O próximo passo, para além de salvar vidas, é ajudar o DMAE a reabilitar as casas de bombas que foram inundadas em Porto Alegre”, completa Lorea. O projeto tem o objetivo de beneficiar 500 mil pessoas atingidas pelas enchentes no Estado. Para isso, a iniciativa conta com a mobilização da Federarroz, que está em constante contato com produtores gaúchos para empréstimo do maquinário. Segundo informações de GZH, mais de 40 bombas de arrozeiros estão à disposição da prefeitura de Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo para empréstimo.
Saiba como ajudar
O Instituto Caldeira abriu uma arrecadação de recursos para direcionar aos jovens do programa Geração Caldeira atingidos pelas enchentes no RS. O objetivo do hub é ajudar 30 jovens do programa e seus familiares que tiveram grandes perdas materiais. Todas as contas serão prestadas. Faça sua doação no PIX: SOSRS@institutocaldeira.org