Desde o início da Revolução Verde, em meados da década de 1970, o agronegócio brasileiro tem passado por diversas transformações em termos de tecnologia e produtividade. Na fase mais recente, o termo “Agro 4.0” passou a ser amplamente utilizado no setor para descrever os últimos avanços implantados no campo.
Para explicar o que significa o avanço, a analista de Produtividade e Inovação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) Isabela Gaya concedeu entrevista jornalista Roberto Fonseca no programa CB.Agro, uma parceria do Correio com a TV Brasília, nesta sexta-feira (25/8).
Segundo Isabela, que também coordena o Programa “Agro 4.0” da ABDI, em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária, o termo começou a ser utilizado ainda na Alemanha e ganhou destaque no Brasil a partir de 2020. “Significa você incluir tecnologias mais autônomas para o agro, incluindo, por exemplo, inteligência artificial, visão computacional, robótica, big data e analítica”, explicou a coordenadora do programa.
Nos últimos anos, o setor agropecuário tem registrado recordes de safra e produção em diferentes gêneros alimentícios, e essa transformação foi possibilitada graças ao avanço de novas ferramentas inovadoras no processo de produção. Um dado recente da Embrapa mostra que 54% da motivação de aumento de produtividade no agro é devido ao uso de tecnologia.
“E a gente tem tecnologias digitais que podem ajudar, por exemplo, em todo o processo da cadeia do produtor rural, desde a fabricação de insumos, processo de produção, colheita, processamento, logística, até a fase de comercialização. E a gente sabe que a tecnologia pode ajudar os produtores rurais hoje, com tantos desafios que a gente tem no agro — são tantas variáveis — pode ajudar o produtor rural e a agroindústria a tomar decisões mais rápidas e com qualidade”, destacou.
Coordenadora do projeto desde 2020, a analista da ABDI explica que o objetivo do programa Agro 4.0 é fomentar e estimular a adoção de difusão de tecnologias digitais no campo, integrando inovação e transformação digital, que historicamente fazem parte do trabalho da agência, para o setor produtivo.
“Nosso foco e nosso objetivo principal é mostrar para o produtor rural de que forma que nossas tecnologias podem ajudar ele, não só com os desafios e as oportunidades, mas também os caminhos e, principalmente, os resultados que essas tecnologias podem trazer”, afirma.
Entre os produtos que fazem parte do programa, o principal, segundo Isabele, é o “Editais”, que é uma oportunidade para produtores, fornecedores de tecnologias, cooperativas, associações, além de outras instituições, apresentem projetos inovadores em troca da liberação de recursos para financiar a ideia, que seria a premiação.
“São projetos que precisam, necessariamente, de um produtor rural com o uso da tecnologia no seu processo produtivo, no dia-a-dia. Então o que a gente faz, junto com eles, é avaliar o processo de implantação e como a gente pode ajudar a disseminar essas tecnologias que dão certo para outros produtores que, muitas vezes, nem conhecem que elas existem”, explica a analista.
Além do “Editais”, o programa também conta com estudos de tendências tecnológicas para o agronegócio, projetos de rastreabilidade, além de indicadores para o setor.
Para saber mais sobre o Agro 4.0, não perca a 3ª edição do CB Fórum com esse tema, na próxima quinta-feira (31/8), a partir das 14h30. O evento será transmitido pelas redes sociais do Correio Braziliense.
Parabéns!